quarta-feira, 19 de abril de 2017

Por que sentimos frio quando estamos com febre?

Brenda Caroline dos Santos Jeanfelice
Graduanda em Medicina Veterinária, UEL

(Recomentamos a leitura do texto "O que é febre?" para melhor compreensão)
Fonte: Dreamstime
A resposta para essa questão está no que chamamos de ponto de ajuste ou setpoint, determinado pelo hipotálamo, região do encéfalo que controla a temperatura do corpo humano (além de muitas outras funções). O setpoint habitual é a temperatura corpórea ideal de cada indivíduo, que em média, fica em torno dos 36,5ºC.
Sob efeito das prostaglandinas, mediadores inflamatórios que auxiliam no combate às infecções, o hipotálamo induz o aumento do seu setpoint, por exemplo, para 40ºC. Enquanto o corpo não atingir a temperatura indicada, o cérebro continuará informando que está frio, mesmo se essa temperatura for de 38,4ºC, bem acima da temperatura ideal.
De forma mais didática, imagine que você é o hipotálamo e que o resto do seu organismo é um forno de cozinha. A temperatura usual, recomendada em boa parte das receitas, é de 180ºC. No entanto, você tem uma receita de pão e necessita alterar essa temperatura para 200ºC. Se a temperatura desejada não for estabelecida, a receita pode não dar certo (Considerando como setpoint: a temperatura do forno e como microrganismo invasor: a receita).
É a mesma coisa em nosso organismo! Se a temperatura estabelecida pelo setpoint não for alcançada, a probabilidade de o microrganismo invasor sobreviver é muito maior, visto que, as bactérias e vírus sobrevivem em temperaturas próximas dos 36-37ºC.
É importante ressaltar que com o avanço da idade perdemos a capacidade de produzir calor, e muitos idosos apresentam infecções sem febre. Isso faz com que o doente demore muito mais para recorrer ajuda ao médico, o que pode favorecer o desenvolvimento de um quadro mais grave da infecção.

Por isso é muito importante nos precavermos, ok? 
Até o próximo post!

Bibliografia
GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 11ª ed. Rio de Janeiro, Elsevier Ed., 2006

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