Edson Antonio de Lima Junior
Graduando de Medicina Veterinária,
UEL
Nos últimos dias vimos muitas
notícias veiculadas nas redes sociais comentando sobre uma doença que acomete
principalmente felinos domésticos e que pode ser transmitida para o ser humano:
a esporotricose.
Essa é uma micose causada pelo
fungo denominado Sporothrix schenckii, de potencial zoonótico (transmitido
dos animais para os homens e vice-versa), que pode acometer diversas espécies
(cães, gatos, equinos, caprinos, suínos, aves, animais silvestres) podendo ser
fatal para os animais infectados. Trata-se geralmente de uma enfermidade com
caráter ocupacional, ou seja, isso deve-se ao fato do fungo estar disseminado
no ambiente em locais como solo; madeira em decomposição; plantas; palha, assim
trabalhadores que mantenham contato com esses tipos de materiais (floristas,
funcionários de madeireiras, jardineiros, horticultores) quando sofrem lesões
(cortes na pele, por exemplo) favorecem o desenvolvimento do fungo na região
lesionada, podendo levar a quadros sintomáticos da doença.
Estão expostos à forma de transmissão
zoonótica (dos animais acometidos para seres humanos suscetíveis) indivíduos
que têm contato próximo com animais: médicos veterinários, tosadores e os
próprios guardiões. A partir daí surge a grande preocupação com a
esporotricose. O contato dos humanos com os animais tidos como pets é cada vez
maior. É muito mais comum a presença de cães e gatos dentro de nossas casas,
logo os riscos que existem em torno da veiculação de agentes nocivos a nós e
aos animais aumenta também.
Os gatos são tidos como os
principais portadores do agente, esses adquirindo-o quando envolvidos em brigas
(durante as quais um animal doente poderá passar ao outro através de mordeduras
e/ou arranhaduras) ou através do hábito de afiar as unhas em árvores e afins
(locais estes onde o Sporothrix schenckii se desenvolve). É muito
comum o desenvolvimento de lesões em focinho e membros dos animais infectados.
A partir daí o gato portador pode transmitir o fungo para humanos susceptíveis
através de arranhaduras e mordeduras.
Quando presentes as lesões no
animal é de extrema importância que se consulte um médico veterinário, o qual
realizará o dignóstico da doença o mais breve possível para que se institua um
tratamento. O tratamento da doença é de suma importância pois só assim o agente
deixará de ser transmitido por aquele indivíduo. É importante isolar o animal
acometido e seguir todo o período de terapia em isolamento.
Um animal jamais deve ser
abandonado, especialmente quando está com esporotricose. O animal abandonado
sem tratamento age como disseminador do fungo para outros animais e age na
manutenção desse no ambiente. Caso o indivíduo acometido venha a óbito é
extremamente importante destinar corretamente o cadáver, pois este também serve
de base para o desenvolvimento do fungo, logo o simples ato de enterrar o
animal contribui para o estabelecimento do Sporothrix schenckii naquele
local.
Figura 1. Informativo. Fonte: Blog Somos loucos por gatos. |
Não devemos ter o gato como vilão,
ele como pet está sob nossa responsabilidade. Medidas como a castração, impedir
que os animais tenham acesso à rua, evitar aglomerações, consultas de rotina
com médicos veterinários e a conscientização da população são muito
importantes, não somente para evitar a ocorrência da esporotricose, mas sim
para garantir uma boa qualidade de vida para o animal e para o guardião.
Então é isso!
Até o próximo post!
Até o próximo post!
Bibliografia
GATOS, Somos Loucos Por. Esporotricose. Disponível
em:
<https://somosloucosporgatos.blogspot.com.br/2015/12/esporotricose-de-quem-e-culpa.html>.
Acesso em: 27 mar. 2017.
LARSSON, C. E. . Esporotricose. Brazilian Journal of Veterinary Research and
Animal Science 48.3 (2011): 250-259.
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